Esta é a camisa do Atlético
Mineiro, esta é a do Fluminense, e estas são as camisas de outros
18 clubes da série A de 2022. Notou alguma semelhança? Todos possuem
patrocínios de sites de apostas. Hoje, com a internet, é possível apostar
em praticamente qualquer coisa sem nem precisar sair de casa. A comodidade dos sites
de apostas atraem uma legião de fãs de esportes, principalmente de futebol, que fazem da paixão
pelo esporte uma oportunidade de ganhar dinheiro. De acordo com uma matéria do El País, só aqui
no Brasil, esses sites já movimentam mais de 10 bilhões de reais por ano. Normalmente, essas
plataformas possibilitam que jogadores iniciem suas apostas com lances baixos, onde o risco é
mínimo, mas os ganhos podem ser consideráveis. Mas apostar não é um ato legalizado em todos
os países. A Indonésia e a Arábia Saudita, por exemplo, proíbem o jogo por motivos religiosos.
Mas isso não abala a popularidade dos sites de apostas ao redor do mundo, que vêm atraindo cada
vez mais apostadores dispostos a tentar a sorte. A exploração comercial de jogos de
azar é proibida no Brasil desde, ao menos, o Código Criminal do Império
de 1830, que previa como crime no Art. 281 “Ter casa pública de tabolagem
para jogos, que forem prohibidos pelas posturas das Camaras Municipaes”.
Nas décadas seguintes essas leis foram aprimorando e a legislação quanto a apostas
esportivas foi alterada nos últimos anos, uma das razões que fez com que diversos sites
de apostas resolvessem investir por aqui. E esse investimento em publicidade dos sites
de apostas atingiu em cheio um jovem mineiro que perdeu 80 mil reais em apostas. O que
levantou o questionamento se isso se trata de um vício que precisa de tratamento.
Mas o que explica a ascensão dos sites de apostas? Será que esse é o novo meio
pra conseguir aquela tão sonhada fortuna ou seria essa uma maneira mais fácil de criar
um novo vício na população para explorá-la? O ato de apostar é provavelmente tão velho
quanto a Humanidade: os egípcios foram uma das primeiras civilizações que criaram seus
próprios jogos de tabuleiro, com o objetivo de entreter a população e fazer apostas.
Já nos séculos 12 e 13, surgiram na China as primeiras cartas de baralho, que
rapidamente se popularizaram pelo ocidente, e que viriam a ser amplamente utilizadas em
jogos como poker, blackjack, truco, e muito mais. Mas foi durante a Renascença que alguns começaram
a estudar o risco envolvendo esse tipo de aposta, dando origem a Teoria da Probabilidade, utilizada
até hoje nas casas de apostas por todo o mundo. Antes dessa teoria, acreditava-se que
qualquer evento aleatório dependia exclusivamente da vontade divina, mas
com o passar do tempo, percebeu-se que é possível avaliar de forma matemática a
probabilidade de ganhar ou perder uma aposta. O estudo da probabilidade
aplicada aos jogos avançou, e jogadores e simpatizantes começaram a tentar
entender, cada vez mais, a ciência por trás das apostas. Foi assim que uma atividade que
nasceu com o simples intuito de entreter, se tornou algo realmente profissional.
Pouco depois surgiram os cassinos, o famoso lugar onde o jogador pode tentar
a sorte pra fazer fortuna — ou perder tudo: os primeiros registros são da Itália, quando
o Casino di Venezia foi aberto no século 17. Eles se espalharam pela Europa principalmente
no século 19, e as pequenas casas de jogos foram se transformando em locais maiores, com
artigos de luxo incorporados à decoração e atendimento especial, numa tentativa de atrair
as pessoas que mais tinham dinheiro pra gastar. Mas os cassinos se tornaram realmente populares
com Las Vegas. No início, os jogos eram proibidos, mas mesmo na ilegalidade, não era difícil achar
cassinos subterrâneos por lá. Alguns anos mais tarde, na década de 1930, a atividade foi
legalizada e impulsionou o crescimento e a economia da cidade, com a construção
de cassinos de luxo como o The Flamingo, financiado com o dinheiro de um gangster
nova iorquino conhecido como Bugsy Siegel. Las Vegas passou a ser sinônimo de entretenimento
e luxo, e a indústria do jogo decolou desde então. Atualmente, as casas de jogos faturam quantias
bilionárias e continuam expandindo seus negócios: só em 2017, a indústria faturou mais de
40 bilhões de dólares nos Estados Unidos. Com a evolução da tecnologia, as apostas começaram
a se disseminar também em plataformas online, principalmente no ramo dos esportes, como o
tradicional futebol e os recém-chegados e-sports, as competições profissionais de jogos
online cada vez mais populares entre jovens. Isso significa que agora já não é preciso
mais ir a uma casa de apostas pra dar um palpite naquela partida, tudo pode ser feito do
conforto de casa, pela primeira vez te permitindo fazer apostas em sites internacionais, algo
impossível apenas com apostas presenciais. E isso fez toda a diferença. De repente, o
Brasil virou uma espécie de terra inexplorada pras casas de apostas online de todo o
mundo – e o apostador brasileiro, o ouro. Não faz muito tempo que os sites de apostas
esportivas foram legalizados aqui no Brasil, mas mesmo sendo relativamente novos, já fazem
circular bastante dinheiro. Na legislação brasileira, a atividade é liberada em todo o
território nacional, com algumas ressalvas. É importante destacar que existe uma diferença
entre jogos de azar e apostas, sendo que ela se baseia na participação das partes no evento
sobre o qual estão envolvidos. Se as partes exercem papel ativo, existe jogo de azar, mas se o
acontecimento sobre o qual as partes discutem não tem interferência das partes, trata-se de aposta.
Caio Mário da Silva Pereira, dá um ótimo exemplo para diferenciá-los: “dois lutadores de boxe
realizam um jogo; dois espectadores que disputam uma soma ao vencedor efetuam uma aposta.
As apostas esportivas permitidas no Brasil foram limitadas às corridas de cavalos até
2018, quando foi promulgada a Lei nº 13.756, que passou a autorizar a exploração das apostas
esportivas em quota fixa no território nacional, em quaisquer canais de distribuição comercial,
físicos e em meios virtuais. Porém os jogos de azar ainda são considerados ilícitos no
país, seja fisicamente ou virtualmente, através da Lei de Contravenções penais de 1941
pelo Decreto nº 9.215/1946, que proibiu de vez todos os jogos de azar em território nacional. A
lei de 1941 abre uma brecha pra que a atividade ocorra em solo brasileiro de maneira online,
uma vez que bane somente dos estabelecimentos reconhecidos como casas de apostas.
As apostas esportivas de quota fixa em sites online são legais, contanto que a
empresa que administra a plataforma seja sediada em um país que permita esse tipo de prática.
No entanto, ainda é necessária a regulamentação das casas de apostas que deverá ser feita até
o final de 2022, onde tudo pode acontecer. No Brasil, o mercado das apostas se tornou
muito atrativo e deixou de ser apenas um hobbie, sendo considerado por muitos um investimento
sério. De acordo com levantamento, o volume de dinheiro investido em apostas cresceu cerca
de 250% entre 2018 e 2020, chegando a um valor de 7 bilhões de reais apostados.
Algo que explica esse aumento é o fato de que os brasileiros são fortes apostadores em
potencial, já que o interesse por esportes no país é bastante alto, principalmente no futebol,
o que por consequência aumenta a chance de os fãs se envolverem no mercado de apostas.
Um exemplo claro dessa paixão é o Cartola FC, um fantasy game onde os usuários podem montar seus
times de futebol online, com jogadores da vida real. Criado em 2004 pelo Globo Esporte, o jogo
possibilita que os fãs testem seus conhecimentos e palpites da série A do Campeonato brasileiro
de Futebol, inclusive concorrendo a prêmios. Nele, o jogador tem que escalar seu time
virtual de 11 atletas e um técnico usando um orçamento limitado. Pra isso, é necessário
usar cartoletas, a moeda fictícia do Cartola. Conforme ocorrem as partidas de futebol
na vida real, o rendimento dos atletas se transforma em pontos que permitem aos jogadores
competir nas ligas e concorrer a prêmios. Mas apesar de se basear na vida real, no
Cartola o dinheiro ainda é fictício. O mundo das apostas trabalha com dinheiro real, e
é aqui que a coisa começa a ficar interessante. Grandes grupos desse nicho como Betano, Betfair,
Bet 365 e Betway enxergaram o potencial existente por aqui, e já oferecem ao fã de esportes
brasileiro diversas opções pra palpitar, como o vencedor da partida, o número de gols
que um time irá fazer, o número de faltas e escanteios, e claro, quem será o vencedor.
É importante entender que em qualquer modalidade, há riscos diferentes envolvidos por causa da forma
como os ganhos são calculados: os times que têm mais probabilidade de vencer oferecem menos
dinheiro em retorno, enquanto os times pouco cotados à vitória possibilitam um ganho maior.
Ou seja, os resultados mais improváveis pagam muito mais, mas também oferecem
um risco muito maior. No final, é tudo um jogo de probabilidades e cabe ao
jogador escolher qual risco prefere correr. Mas é fato que os sites de apostas também
são muito vantajosos para os próprios times: eles patrocinam quase todos os clubes da série
A do Brasileirão, e estão estampados nos seus uniformes e nos estádios de futebol.
Além dos esportes clássicos, o mercado vem conquistando o público jovem que é fã de
competições de eSports. A profissionalização desse tipo de esporte contribui pra que
além das partidas comuns entre amigos, também haja campeonatos virtuais
por região ou a nível nacional e internacional, com equipes profissionais.
Assim como acontece nos esportes tradicionais, as equipes e campeonatos precisam de patrocínio.
Com a ascensão dos jogadores profissionais, o número de pessoas que acompanham
as disputas cresce, consequentemente as apostas acompanham o mesmo ritmo.
Com o boom dessa categoria, estima-se que o mercado de apostas em eSports deve alcançar o
valor aproximado de 18 bilhões de dólares em 2026, chegando ao nível das apostas no
futebol, que dominam o cenário atual. Outro tipo de relação dos jogos digitais
com as apostas pode ser explicado com o exemplo do Tibia, um jogo online de
RPG multijogador lançado em 1997 que virou um fenômeno graças as mecânicas
simples e a possibilidade de jogar de praticamente qualquer computador. O jogo
é ambientado numa narrativa medieval, onde a economia gira em torno de moedas
chamadas de gold coins, ou moedas de ouro. Pra avançar com um personagem no Tibia,
acessar outras cidades e obter vantagens como itens mais poderosos, é necessário pagar
com a moeda virtual do jogo. Esse sistema deu margem pra que os jogadores passassem a trocar
suas moedas fora do jogo por dinheiro real. À medida que esse mercado paralelo foi evoluindo,
sites especializados em compra e venda de moedas do Tibia surgiram aos montes. O próximo passo
dessa evolução foi o aparecimento de alguns cassinos online especializados em Tibia onde
é possível apostar nos mais variados jogos de azar usando as próprias moedas do jogo,
como o Tibia Roulette e o Tibia Blackjack. Esse tipo de mercado também ocorre com outros
jogos online, e as plataformas de apostas contam com muita publicidade que vem de parcerias com
streamers influentes nas comunidades dos jogos. Funciona mais ou menos assim: os streamers
parceiros recebem uma conta no site de apostas com um saldo alto, e apostam usando esse
saldo durante suas livestreams, mostrando ao mesmo tempo o funcionamento do site em si,
e o lucro que conseguem obter com as apostas. Mas a coisa pode não ser tão fácil quanto
parece. O que levanta suspeitas nesse tipo de prática é a possibilidade de algum tipo
de fraude por trás dos panos na jogatina, afinal não seria boa publicidade um streamer
parceiro perder muito mais do que ganhar. Mas a má publicidade é o menor dos
problemas que envolvem os sites de apostas. Na matéria do portal BHAZ, escrita por
Larissa Reis, o jovem mineiro que perdeu 80 mil reais chamou o hábito dele de vício, e como
qualquer vício afeta não somente o indivíduo, mas também as pessoas ao redor dele.
O jovem começou com 100 reais e o valor foi sumindo a cada aposta perdida. Para compensar,
os valores investidos nas jogadas seguintes só foram aumentando. O jovem declarou que: “Uma das
minhas maiores percepções, com o passar do tempo, é que cada vez você quer apostar mais.
E pouco já não te traz a mesma emoção”. A psiquiatra Nayara Zinato, explica que esse
tipo de dependência tem nome e tratamento, embora não tenha uma cura definitiva. O
chamado “jogo patológico” é o comportamento que caracteriza pessoas que não conseguem
mais controlar o impulso de apostar. Quando o vício se estabelece, passa a prejudicar
toda a vida do indivíduo, o que acaba interferindo na saúde mental e, eventualmente, na física.
Para entender o quão perigoso é o vício, Chris, que já tentou o suicídio por conta
do vício em apostas, declarou que apostar é uma “versão legalizada do uso de crack”
Além do mais a facilidade e rapidez pela qual as apostas são feitas, pode fomentar
ainda mais o vício, e com promessas como essa fica ainda mais fácil cair em tentação.
Mesmo com isso, atualmente, pra mais de 40% dos brasileiros, apostar é um negócio tão sério
quanto investir na bolsa de valores, de acordo com pesquisa realizada pela Industry Insights.
Em países da União Europeia, o mercado de jogos de azar emprega milhares de pessoas e
movimenta uma parte considerável do PIB, por ser legalizado. No Reino Unido os sites de apostas
começaram a ser regulamentados ainda em 2005. A Bet365, por exemplo, uma das maiores
plataformas de apostas do mundo, foi fundada no Reino Unido já no início dos anos
2000. Outras como Betfair, Betway e Sportingbet também surgiram por volta dessa época.
No Brasil, o único meio legal de apostar é se a aposta estiver cadastrada na Caixa Econômica
Federal, que monopoliza o mercado desde 1961. Embora jogar não seja proibido, os
estabelecimentos da iniciativa privada criados pra esse fim são. E é exatamente por
isso que os sites surgiram como uma boa forma de driblar o impasse jurídico. As empresas
que operam fora do território brasileiro já tem grandes parcerias com emissoras de
TV, investindo em publicidade e propaganda. A tendência, aqui no Brasil, é que a popularidade
dos jogos e a comodidade dos sites de apostas criem uma nova forma de entretenimento,
especialmente entre os amantes de esportes, promovendo uma experiência paralela
às partidas, que acaba movimentando muito dinheiro e beneficiando o
ecossistema do esporte como um todo. Durante a pandemia, o mercado continuou em alta
em todo o mundo, apesar da repercussão negativa do cancelamento das partidas em meio à crise.
A indústria de entretenimento online vem se destacando desde então, surgindo como alternativa
e possibilitando novos formatos pra atividades que antes não eram tão populares assim.
Aproveitando esses novos ares, o mercado de apostas atrai pessoas de todas as idades,
diferente das tradicionais casas lotéricas, e oferecem a possibilidade de apostar de
qualquer lugar, em qualquer horário. Além disso, as apostas online tendem a ser mais
flexíveis e oferecer cotações em tempo real. Vale lembrar que a maioria das plataformas impõe
restrições de idade aos jogadores, que não podem ser menores de idade, e ressaltam a importância
de se jogar e apostar com responsabilidade. Como se isso adiantasse alguma coisa.
Qualquer um mente a idade na internet e aperta OK na sugestão de jogar e apostar
com responsabilidade. Essas sugestões são completamente ignoradas quando a imaginação faz o
apostador visualizar aquele dinheiro ganho com uma aposta certeira, mas essa expectativa dá lugar a
uma frustração muito real do dinheiro que tava na mão e foi jogado fora, quando o resultado não é
como o esperado. Nada pode parar uma imaginação fértil e a vontade de ganhar dinheiro fácil.
Na tentativa de recuperar o dinheiro perdido, o hábito vai virando um vício e a
bola de neve cresce cada vez mais, deixando a situação insustentável.
E quem ganha dinheiro é uma empresa no Caribe que nem endereço tem direito,
somente uma caixa postal em uma rua sem saída. E ai, o que você acha dessa febre de
aposta esportiva? Um hobby ou mais uma forma de tirar dinheiro da população?
Comenta aqui embaixo que eu quero saber Se você quer descobrir como eu produzo
esses vídeos aqui e como você pode criar um negócio contando histórias, confere uma
aula grátis no primeiro link da descrição. Agora, pra descobrir quem foi o homem
que revolucionou a indústria mundial, especialmente a automotiva, confere esse vídeo
aqui na tela que eu te vejo lá em alguns segundos. Por esse vídeo é isso, um
grande abraço e até mais.