Olá pessoal, eu sou o Marcelo Amato,
neurocirurgião do Instituto Amato e hoje eu estou aqui com o doutor Salvador Amato, meu
pai cirurgião vascular e eu estou aqui para conversar de um tema muito interessante
que é dor nas pernas e é legal porque é um assunto muito presente no consultório do
neurocirurgião e também no consultório do cirurgião vascular, não é? Pois é, Marcelo, a maior parte dos meus
pacientes eles apresentam uma queixa de dor nas pernas e é 60% dos
casos mais ou menos. É impressionante e nós temos
realmente muitos pacientes comum. Às vezes, esses pacientes vêm no meu
consultório e eu preciso encaminhar para ele e vice versa. O que poderia talvez ajudar um
pouco mais o paciente que tem dor nas pernas a entender que é um problema vascular e não
neurológico, que outros sintomas podem vir associado à dor nas pernas que faz o
paciente procurar o cirurgião vascular? Eu acho bastante complicado para o paciente,
muito embora a gente tenha a pesquisa da internet, ele chegar à conclusão que é da
área da cirurgia vascular ou é da área da neuro cirurgia ou é
da área da ortopedia. Basicamente isso! Lógico que há alguns pacientes também
consultam a ginecologia e a clínica médica que nos ajuda também bastante a
elucidar os problemas dos pacientes. A principal coisa que nós devemos
diferenciar é em que território da dor, ela acontece. No caso da cirurgia vascular nós temos o
território venoso, temos o território arterial, que temos o território linfático, então o
território venoso é aquele que é o sangue que volta para o coração território arterial e o
sangue que irriga as extremidades e todos os órgãos e o território linfático que ajuda
a trazer os catabolismo, ou seja, os excrementos das células de volta para
circulação e posteriormente filtrados no rim. No caso do lado venoso, o paciente,
ele se queixa de uma dor e uma dor que principalmente ela acontece no
período vespertino, ou seja, no final da tarde. Então durante a manhã o paciente não tem dor
e vai acontecendo o período, vai ficando muito tempo em pé ou inativo e essa
dor aparece no final da tarde. Então o lado arterial a dor, ela tem uma característica importante, é
aquilo que nós chamamos de claudicação intermitente e o paciente
que ao andar, eles sente dor. Ele para e volta a andar, uma outra
variante é o paciente ao andar dói a panturrilha, batata da perna, ele para
prra descansar, massagear a batata da perna e volta a andar. E uma terceira modalidade, ele
anda dói a batata da perna e ele para, massageia e ele não
consegue mais andar. É claro que eu estou colocando
só um grupo muscular. Isso pode acontecer
a partir dos glúteos. Nos casos dos membros inferiores, no terceiro,
que é o lado linfático, ele já sente um peso na perna no final do dia. Mas ele acontece também no período matutino,
então vai piorando ao longo do dia e isso é decorrente de distúrbios de de gordura. E também decorrentes de processos
inflamatórios consecutivos dos membros inferiores. E o inchaço nas pernas? Ele acontece nessas
doenças, seja venosa, seja arterial ou linfática. Como é que a presença do inchaço
e também da coloração das pernas? Com relação ao inchaço das pernas,
quando do lado venoso que ocorre a dor, um peso nas pernas, um ardor. Esse inchaço é também no período
vespertino, às vezes até a meia a curta e o pequeno elástico que
ela tem, ela marca as pernas. O que a gente não vê esse inchaço que a
gente chama de Sinal de Godet e essa classificação pode ser uma cruz, duas cruzes,
até quatro cruzes, e uma avaliação do médico. E com relação ao
inchaço da área linfática, nós temos um edema
já duro, que não regride. Faltou da área arterial. Nós não temos o inchaço quando
estamos no território arterial. Então com relação à coloração
o que você perguntou. Agora voltando a ao lado arterial muitas
vezes ele é pálido ou e quando ele está, o pé está pendente, ou seja, quando a
pessoa está sentada ou na beira da cama o pé fica arroxeada no território linfático. Nós temos um edema duro, não
perecível e a coloração da pele ela é esbranquiçada, ou seja, ela
é pálida do lado venoso. Nós temos o edema,
ou seja, o inchaço. Ele é depressivo e a perna tem uma e
pés tem uma coloração arroxeada. Tem uma particularidade do território venoso
que a pele a partir do pé da metade da perna e pés. Eles começam a uma pigmentação
dessa pele que a gente chama de dermatite ocre. Já é um grau aumentado de uma
estase venosa, ou seja, já é um grau mais elevado de uma insuficiência
venosa, ou seja, desse fato a gente pode classificar as
varizes dos membros inferiores. Vejam que interessante, a gente tem dentro das
doenças vasculares que causam dor nas pernas. Então problemas venosa os problemas
arteriais e problemas dos vasos linfáticos, então, na parte neurológica digamos assim, em
geral, a gente tem um problema do nervo. O nervo, ele pode tá acometido em diferentes
segmentos, mas o mais comum, realmente quando a gente tem uma dor na
perna é que esse problema esteja vindo da coluna. É uma compressão da raiz nervosa que
é a origem do nervo lá na coluna, ela pode trazer dor, pode trazer perda de
sensibilidade e perda de força e na perda de sensibilidade, um dos sintomas mais
frequentes é o formigamento, dormência, mas às vezes formigamento, e eu sei também que o
formigamento é um dos sintomas que aparece nas doenças vasculares, possivelmente
mais na zona de origem venosa. É isso mesmo. E como é que é esse
formigamento do problema venoso? Se nós formos considerar que
40% das mulheres com 40 anos de idade tem uma sobrecarga
venosa, 50% das mulheres com 50 anos têm sobrecarga venosa e isto vai com o
passar dos anos aumentando, então muitas vezes isso que você falou está imbricado
com uma doença venosa, então a pessoa aparece com um processo venoso de
evolução de uma insuficiência venosa e está ligado também ao lado neurológico. Então às vezes eles se queixam de
uma dor na face lateral da coxa. Às vezes um formigamento na face
lateral da perna e veja, eu falei a dor, falei formigamento, falei peso
dor, é muito subjetivo, cada um descreve de uma
maneira diferente. Então o que é interessante também, nós
avaliarmos do ponto de vista neurológico se esses processos estão imbricado, então
eu eu não costumo, embora raramente, fazer exames complementares
do lado neurológico. Eu prefiro fazer um encaminhamento com a
descrição dos sintomas que o paciente refere e aquilo que eu observei clinicamente. E não tenho dúvida que os pacientes
quando vêm do Dr. Salvador, vêm muito bem encaminhado. Eu fico tranquilo totalmente com a parte
vascular, apesar de realmente existir situações que as doenças elas estão tão
juntas e como a gente falou em alguns vídeos, é muito comum o paciente com dor, seja por
conta da coluna ou outro quadro de dor que impeça de movimentar ou
de ter uma vida mais ativa. O paciente acaba ficando mais imóvel, se
mexendo menos e isso leva a uma estase dos membros inferiores, um inchaço
e muitas vezes esses pacientes têm também, associado um problema
vascular, não é um problema venoso. Agora uma coisa que eu queria salientar
também, é que a alteração sensitiva quando é um problema da coluna ou um problema do
nervo, geralmente ela respeita o território do nervo acometido. Então se a gente tem, por
exemplo, uma dormência ou formigamento que vem pela perna, pega o
dorso do pé e o dedão. Isso é característico de uma
raiz nervosa que sai da coluna. É muito difícil um problema vascular, ele dar
esse padrão de acometimento sensitivo. Então nas doenças vasculares, a sensibilidade
fica acometido de uma forma mais global, talvez mais uniforme, cometendo
muitas vezes os dois membros. Não é isso?! Bom, é como você
comentou dos exames complementares. Que exame complementar pode auxiliar
no diagnóstico das doenças vasculares? Bom, hoje em dia o mais moderno é a
ultrassonografia com efeito Doppler e que nos dá exatamente a o grau de
insuficiência válvula, por isso a insuficiência válvula, que leva
a uma insuficiência venosa. Porque eu não expliquei anteriormente,
mas as veias são providas de válvulas. Nós temos dois sistemas venosos, o
superficial e o profundo, varizes e no sistema superficial, então 85% do sangue
para retorno no coração ele vem pelo sistema profundo e 15%
pelo sistema superficial. E esse exame complementar a ele avalia
exatamente o sistema profundo e o sistema superficial. O Dr. Salvador comentou também aqui da
claudicação vascular que é um quadro clínico bem característico do paciente que tem um
problema arterial nos membros inferiores e que ele precisa parar depois de um tempo
por muita dor na panturrilha, não consegue caminhar. E é interessante a gente
diferenciar isso da claudicação neurogênica dos membros inferiores e é uma situação que
muitas vezes confunde, mas tem alguns detalhes que podem nos ajudam a
diferenciar, por exemplo, muito interessante na claudicação
neurogênica dos membros inferiores, o paciente que tem uma estenose de canal, ou
seja, os nervos, eles estão apertados ali na coluna. Geralmente acontece no idoso com um
bico de papagaio, hérnia de disco, doenças que causam esse estreitamento da coluna lombar,
principalmente depois de um tempo andando. Os membros inferiores começam a ficar
cansados e o paciente também precisa parar para descansar, para poder sentir
os membros novamente, continuar andando. E é interessante que o paciente que
tenha a doença na coluna com um simples movimento de refletir a coluna
para frente esses sintomas aliviam. Então o paciente começa a perceber isso e
ele começa a andar curvado ou muitas vezes o paciente nos diz que ele não tem esses
sintomas para andar, mas para andar de bicicleta não, e o paciente começa
a andar de bicicleta, vai pra todo lugar de bicicleta, porque na bicicleta, ele
está com a coluna lombar curvada, é um movimento que abre o canal vertebral e
deixa os nervos mais soltos digamos assim. E os sintomas eles melhoram. Diferente da claudicação vascular arterial
dos membros inferiores, que é esse tipo de manobra não funciona,
não é mesmo? E usando o paralelismo do lado da
coluna, nós temos a aorta que é o grande vaso do corpo humano e se nós
tivermos uma estenose do seu diâmetro, o paciente vai ter uma claudicação a nível
de glúteo que é um paralelismo com aquela indicação neurológica, então ele
ao andar ele apresenta uma dor no glúteo ou em ambos
ou unilateralmente. Então a gente consegue ver em que
território a doença está se é no território arterial ou se é no
território neurológico. E o exame complementar, é também,
o ultrassom com efeito Doppler a nível de aorta terminal e membros inferiores. Realmente é muito difícil para o paciente por
conta própria diferenciar essas situações. Dr. Salvador comentou no começo,
não deveria ser função do paciente isso. Em alguns países é o clínico geral. Ele tem um papel muito importante nessa
fase para direcionar o paciente para o especialista correto. Mas a gente sabe do interesse da nossa
população e da vontade do paciente entender melhor o que está acontecendo e eu espero
que vocês tenham gostado do vídeo de hoje. Espero que tenha ficado um pouco mais claro
essa situação e então não deixe de se inscrever no nosso canal! Dar um like no nosso vídeo e deixe seu
comentário também com uma sugestão de um próximo vídeo para que a gente
converse com outros especialistas. Obrigado Dr. Salvador
e até o próximo! Obrigado Marcelo! Até a próxima!