♪ [Débora] An… Oi, gente!
Tudo bem com vocês? Sejam bem-vindos
a mais um vídeo aqui no canal. Hoje eu vim resolver junto com vocês
algumas questões chave pra entender o estilo do Enem
nesses últimos anos. Eu fiz um vídeo que saiu
na semana passada se você não assistiu, assista,
que eu explico toda essa questão, né. De como que o último governo tá tirando alguns assuntos que
antes sempre caíam no Enem. Falei de coisas que é garantido
que vai cair, mesmo com a prova estando um pouco mais diferente
do que a gente já está acostumado. E o Enem dos últimos anos tá fazendo
até mesmo uma vantagem pra nós. Por quê? A prova está ficando
menos conteudista e mais interpretativa. Isso é bom, porque a prova tá cobrando
menos – ou nenhuma, né – decoreba. Agora muitas questões
estão interpretativas. Tem várias questões na prova
que mesmo que você não saiba o conteúdo não tenha estudado,
ou então não se lembre muito bem você consegue resolver a questão
corretamente, só interpretando. Então eu vim aqui fazer
alguns exercícios junto com você Justamente pra explicar,
porque uma dica de ouro, pessoal pra estudar pra esse Enem 2021
é justamente isso. Pegar os Enem dos últimos anos e fazer as questões de Humanas
com muita atenção principalmente procurando as palavras
que são difíceis, ou que são diferentes as palavras que você não conhece
e ir montando um dicionário. Porque vocês vão ver
ao longo desse vídeo que várias questões têm palavras
chave que sempre aparecem. E que se você entender essas palavras,
você mata a questão muito mais rápido. Então, meu objetivo com esse vídeo,
é fazer as questões junto com vocês pra acalmar o coração de vocês,
pra explicar alguns conceitos e pra deixar vocês treinados
pra vocês sozinhos conseguirem fazer novas questões e
estudarem por conta própria mesmo. Aprender alguns conceitos novos que
caem muito em prova de Humanas. Até porque as questões de História
estão muito misturadas com questões de Filosofia,
de Sociologia, enfim. Vocês vão entendendo
ao longo do vídeo qual é o meu objetivo. Hoje eu vou resolver seis questões
com vocês, pessoal. Três questões do Enem 2020
e três questões do Enem 2019. A primeira questão é do último Enem,
do Enem 2020. E ela é uma questão
que basicamente dá pra você resolver apenas na interpretação de texto,
e vou explicar como. Vou ler o texto aqui com vocês.
“Declaração de Salamanca, 1994”. “Acreditamos e proclamamos que: Toda criança tem direito fundamental
à educação e deve ser dada a oportunidade de atingir e
manter o nível adequado de aprendizagem. Toda criança possui características,
interesses, habilidades E necessidades de aprendizagem
que são únicas. Sistemas educacionais
deveriam ser designados e programas educacionais deveriam
ser implementados no sentido de se levar em conta
a vasta diversidade de tais características e necessidades”. Basicamente, pessoal, é uma declaração falando que toda criança tem direito
à educação, né. Direito, igual eu falei no último vídeo é uma palavra fundamental,
que vai aparecer várias vezes. Então toda criança
tem direito à educação. E outra parte aqui,
toda criança possui características interesses, habilidades e
necessidades que são únicas, né. Então toda criança é diferente,
cada criança tem o seu jeito E cada criança tem as suas necessidades. E os sistemas educacionais
devem ser designados e programas educacionais
devem ser implementados. “Implementado”,
outra palavra importante, tá? Deve ser aplicado,
devem ser colocados em prática. “No sentido de se levar em conta
a vasta diversidade” outra palavra importante,
“de tais características e necessidades”. Ou seja, todas as crianças
são diferentes. Cada criança tem o seu jeito,
suas necessidades, suas habilidades. E o sistema educacional,
ele precisa ser feito de uma forma que leve isso em conta, né,
que leva em conta as diferenças as dificuldades e as habilidades
que as crianças têm. Ok. Agora vamos lá. “Como signatário
da Declaração citada”… Ou seja, o Brasil assinou essa declaração,
o Brasil se comprometeu a isso. “O Brasil comprometeu-se
com a elaboração de políticas públicas educacionais
que contemplem”… Que abordem, que englobem a:
Letra A: criação de privilégios. Nunca… [ri]
Nunca no Brasil! Que essa alternativa vai ser real.
Nunca, jamais! Nenhuma política pública pode querer
criar privilégios. Muito pelo contrário. As políticas públicas, elas
precisam lutar contra os privilégios pra manter a igualdade,
pra todo mundo ter os mesmos direitos. O que são privilégios, pessoal.
É quando você tem uma vantagem, né. Quando você tem uma vantagem,
algo que outra pessoa não tem. Por exemplo, eu sou uma pessoa
privilegiada por ser branca. Por ser branca,
eu não passo por vários perrengues vários preconceitos e várias situações
que as pessoas negras passam. Então as políticas públicas,
elas não podem querer criar privilégios. Muito pelo contrário. Elas estão aí pra
tentar acabar com esses privilégios. Letra B: contenção dos gastos. Não, porque não tem nada
falando de dinheiro aqui, né. Então não tá falando de gasto
com educação, nem nada. Tá falando só que a educação
tem que incluir todas as crianças. Letra C: pluralidade…
Outra palavra importante. Pluralidade dos sujeitos.
O que é pluralidade? O que é plural?
É o contrário de singular, é mais de um. Então o que é falar que os sujeitos,
que as pessoas são plurais? É que as pessoas são diferentes, né. É que as pessoas,
elas não são todas iguais. Então essa é a alternativa
correta, por quê? Quando o Brasil assinou essa declaração
que tá falando que todas as crianças têm sua diversidade
e que a escola tem que contemplar o Brasil tá se comprometendo
a fazer políticas públicas que contemplem,
que abordem a pluralidade do sujeito. Que reconheçam as crianças diferentes e essas diferenças têm que caber
dentro das escolas. Agora vamos ver as outras.
Letra D: padronização do currículo. O que é padronização?
Padronizar é você tornar tudo igual. Por exemplo,
essa minha blusa, ela é padronizada. Porque a manga
é de um jeito, o colarinho… Existem várias outras
blusas iguais à essa foi feita de uma forma padrão,
usando um molde aqui, padronizado. E o que é o currículo, pessoal?
O currículo escolar são as matérias os conteúdos que
são abordados nas escolas. Apesar desse texto não mencionar
especificamente o currículo escolar A gente consegue ver que
é justamente o contrário. Por quê? A declaração tá falando justamente
que as crianças são diferentes. E justamente por isso, a escola
precisa abordar essas diversidades. E não padronizar, precisa
justamente trazer essas diferenças. Então é o contrário
de padronizar o currículo. E finalmente, né,
valorização da meritocracia. Essa alternativa,
assim como a alternativa A Criação de privilégios,
nunca estaria correta, tá? Por quê? Porque meritocracia
é o grande conto de fadas de que todas as pessoas nascem iguais. E pelo próprio mérito, pelo próprio
valor, pela própria força de vontade Elas chegam onde elas querem chegar. Por que meritocracia é um conto de fadas é uma coisa irreal, que não existe,
pelo menos no Brasil? Porque as pessoas não nascem
em condições iguais. Meritocracia, pessoal,
é falar que eu, por exemplo que nasci numa família com condições
com pai e com mãe com casa própria por exemplo, tenho as mesmas condições
de me dar bem na vida do que uma criança
que nasceu abandonada que nunca teve nada,
que foi largada às traças. Isso não é verdade.
Porque a gente tem privilégios. Então não é pelo mérito
que eu cheguei onde eu estou. Claro que eu tenho meu mérito,
eu estudei, eu me esforcei. Mas o fato de eu ter tido pais
presentes, que tiveram dinheiro por exemplo, pra me colocar em boas
escolas, que eu nunca passei fome nunca precisei largar
a escola pelo trabalho… Isso tudo não foi meu mérito. Foi um privilégio que eu tive,
que me ajudou muito a estar nesse local. Então, a meritocracia
é um grande conto de fadas. E nenhuma política pública vai
querer valorizar a meritocracia, né. Ok?
Resposta é a pluralidade dos sujeitos. “Pluralidade” é uma palavra
que aparece bastante, tá? Anotem aí no dicionariozinho de vocês. A próxima questão
é uma questão do Enem 2019. “A maior parte das agressões
e manifestações discriminatórias contra as religiões de matrizes
africanas ocorrem em locais públicos”. Discriminação,
todo mundo sabe o quê que é, né? É ter um preconceito, é ter algo contra é julgar desnecessariamente,
erroneamente. Religiões de matrizes africanas
são as religiões que vieram da África e tudo mais. Então, a maior parte das agressões
e manifestações discriminatórias contra essas religiões
ocorrem em locais públicos. “É na rua, na via pública, que tiveram
lugar mais de 2/3 das agressões geralmente em locais próximos
às casas de culto dessas religiões. O transporte público também
é apontado como um local em que os adeptos das religiões
de matrizes africanas são discriminados geralmente quando
se encontram paramentados vestidos, por conta
dos preceitos religiosos”. O que esse texto tá falando, pessoal? Tá falando que a maior parte
do preconceito contra pessoas de religiões de matriz africana
acontecem em locais públicos. Na rua, no transporte,
especialmente quando a pessoa tá vestida com algo
característico da religião. Por exemplo, a pessoa tá lá
com uma roupa branca, com um turbante, específico aí, todo mundo consegue ver
pela roupa que ela é de tal religião. E por isso, ela acaba sendo
mais discriminada ainda. E a questão é: As práticas descritas no texto, né,
o preconceito religioso, são incompatíveis não casa com a dinâmica de uma sociedade
laica e democrática porque… O quê que é uma sociedade laica
e democrática? Duas palavras pra você pôr
no seu dicionário. Sociedade laica é uma sociedade
que não tem uma religião oficial. O Brasil, em teoria, é um país laico. Você pode ser de qualquer religião
e a religião não está na lei. Por exemplo,
a gente vê países aí que são… A religião oficial é o islamismo.
Que proíbem na lei as mulheres por exemplo, de não usarem
certos trajes religiosos. Se o Brasil tivesse na Constituição:
“Somos um país católico”. Seria contra a lei você
ser de outra religião. Ou então a legislação falaria,
por exemplo… “Ah, domingo todo lugar tem que
liberar o pessoal pra ir na missa”. Por exemplo. Então o Brasil é,
em teoria, um país laico. Porque a religião não se mistura
com a nossa Constituição. É um país que deixa todo mundo
ter a religião que quer. Em teoria! E sociedade democrática,
é uma sociedade… Democracia, né, “demos”.
É o poder do povo. Então é uma democracia
em que todo mundo participa. Então, por que essa prática do texto,
a intolerância religiosa preconceito contra pessoas
de religião africana são incompatíveis com uma sociedade
laica e uma sociedade democrática. Por quê? Numa sociedade laica
e democrática todo mundo participa, todo mundo
é livre pra ter a sua religião. Então, se todo mundo é livre
pra ter sua religião Como que tá acontecendo preconceito? Como que as pessoas
estão sendo discriminadas? Por isso que é incompatível.
Mas vamos lá! Letra A: asseguram
as expressões multiculturais. Porque uma pessoa que tem uma cultura
diferente vai se sentir amedrontada, né. Justamente por conta desse preconceito.
Então não é essa alternativa. Letra B: promovem
a diversidade de etnias. Também, muito pelo contrário,
isso diminui a diversidade. Porque a pessoa vai se sentir
acuada em se manifestar Em ser quem ela é,
por conta do preconceito. Letra C: falseiam os dogmas,
os conceitos, os preceitos, né. “Dogma” é isso. Teológicos. “Theo”, em grego, é “deus”.
Então teológico é coisa de deus, né. São coisas relacionadas à religião. Então assim, é uma alternativa
cheia de palavras difíceis, né. “Falseiam os dogmas teológicos”. É como se fosse falsificar
as crenças de uma religião. O que não tem nada a ver
com o que tá acontecendo, né. Letra D: estimulam
os rituais sincréticos. O que é sincretismo religioso? São as práticas que, entre aspas,
“misturam” mais de uma religião. Aqui no Brasil, pessoal,
o sincretismo religioso aconteceu muito com
as pessoas escravizadas, por quê? Os africanos que vieram pro Brasil
pra serem escravizados eles eram proibidos de terem a sua
religião, eles tinham que ser católicos. Não era permitido
que tivesse outra religião. Então pra conseguirem, escondidos,
continuar tendo o que eles acreditavam eles misturavam as religiões africanas
com a religião católica. Então fingiam, por exemplo,
que estavam adorando Nossa Senhora. Mas na verdade, aquilo era
uma metáfora pra alguma divindade deles. Por exemplo, isso não estimula
os rituais sincréticos. Isso simplesmente inibe eles
de serem quem eles são. Eles não vão misturar, por exemplo,
as religiões africanas com o catolicismo de novo, porque
eles não precisam mais fazer isso. Porque na nossa lei, eles têm
liberdade pra ser quem eles são. Mas ainda estão sofrendo preconceito. E a letra E, que é a resposta, né,
porque já acabaram as outras. Restringem, ou seja, tiram,
diminuem a liberdade de credo. “Credo” é crença, fé. Então essa
é a alternativa correta, por quê? Essa prática,
o preconceito contra essas religiões diminuem a liberdade de fé das pessoas. Isso mostra que em teoria, todo
mundo pode ter a religião que quiser. Mas na prática, eles sofrem preconceito,
eles são agredidos eles são vistos como pessoas inferiores,
como pessoas ruins. Então…
é livre pra ter qualquer religião. Mas se você tiver uma religião tal,
você vai sofrer preconceito? Que tipo de Estado laico é esse?
Vocês estão entendendo? Agora, a próxima questão
do Enem 2020 sobre escravidão. Falei que é garantido no Enem, pessoal. “Porque todos confessamos que
não se poder viver sem alguns escravos que busquem a lenha e a água,
e façam cada dia o pão que se come e outros serviços que não são possíveis poderem-se fazer pelos Irmãos Jesuítas,
máxime sendo tão poucos que seria necessário
deixar as confissões e tudo mais. Parece-me que a Companhia de Jesus
deve ter e adquirir escravos justamente, por meios
que as Constituições permitem quando puder para
nossos colégios e casas de meninos”. Pra começar, pessoal, jesuíta
eu acho que todo mundo sabe quem é. São os padres, os religiosos, os
católicos que vinham aqui para o Brasil para catequizar os índios
e converter os índios tirar eles das suas religiões
e impor o catolicismo neles, tá? Não é legal, isso é um tipo de violência
religiosa inclusive, tá? E a Companhia de Jesus
é a companhia que lá de Portugal mandava aí nos Jesuítas
e ordenava eles pros lugares. O quê que esse texto está falando?
Esse texto importantíssimo tá falando… “Todos confessamos que
não se pode viver sem alguns escravos”. Seja pra eles buscarem lenha, buscarem
água, fazer o pão que se come… Porque se os próprios padres tiverem
que fazer as suas atividades domésticas eles não vão ter tempo
pra fazer as missas pra fazer as confissões,
pra fazer as suas atividades. Então, esses padres estão falando: “Nós precisamos de alguns escravos,
porque senão a gente não vai conseguir juntar o nosso
trabalho com as nossas obrigações”. Então ele recomenda,
ó: “Parece-me que a Companhia de Jesus” Que organizam os Jesuítas “teve ter e adquirir escravos, justamente
por meios que a Constituição permite. Ou seja, ele está recomendando
que a Companhia de Jesus tenha e compre mais escravos,
dentro das regras aí que a lei impõe pra que eles atendam os padres,
né, estão falando: “Ó, se a gente tiver que fazer nossas
próprias coisas, a gente não vai conseguir vai ter que deixar de lado as confissões
e as nossas obrigações. Porque a gente não
dá conta de fazer tudo. Então precisamos de escravos, temos que
admitir isso. Precisamos de escravos. E a Companhia de Jesus, já que
a escravidão tá assegurada na lei arruma seu direito aí, comprem escravos,
porque nós precisamos deles”. Ok? “O texto explicita”…
O que é explicitar? É mostrar, evidenciar, deixar aberto. Então “o texto mostra premissas”,
ou seja, necessidades, né, condições. “Da expansão ultramarina portuguesa
ao buscar justificar a…” Ou seja, o texto está evidenciando
um interesse dos padres justamente porque eles estão tentando
justificar o injustificável, né? O que eles estão tentando justificar?
Letra A: propagação do ideário cristão? Não. Eles não precisam justificar isso justamente porque pra eles
era o dever deles, né. E a missão deles,
então eles não precisam justificar que eles estão espalhando
o cristianismo por aí. Letra B: valorização do trabalho braçal? Muito pelo contrário, né. Se eles valorizassem o trabalho braçal,
eles mesmos fariam essas coisas não iam falar que precisam de escravo
pra buscar água e pra fazer comida. Letra C: adoção do cativeiro na Colônia.
Essa é a alternativa, por quê? O padre, ele tá buscando
justificar a adoção, né do cativeiro, da escravidão
no Brasil Colônia. Ele tá justificando. “Olha,
nós precisamos de escravos, por quê? Sem eles, nós não vamos conseguir fazer
as nossas atividades aí, religiosas”. Então ele tá tentando
justificar a escravidão. Falando que nesse sentido,
eles são necessários porque senão não vai ter confissão, não
vai ter atividade, não vai ter missa. Letra D: adesão ao
ascetismo contemplativo. Contemplar, pessoal, é mirar, observar.
O que é “ascetismo”? Eu não tenho a mínima ideia.
Deixa eu pesquisar aqui. “Doutrina de pensamento ou de fé
que considera a ascese. Isto é, a disciplina e o autocontrole
estrito do corpo e do espírito. Um caminho imprescindível
em direção a Deus”. Ah, tá. Ok. Então “ascetismo”, gente, é basicamente,
a pessoa que acha que pra chegar a Deus precisa controlar totalmente seu corpo,
seu espírito e os seus desejos. O que é o contrário, né.
Porque se eles… Assim, ao meu ver,
sou ignorante nesse sentido, né. Porque é uma questão filosófica. Eu acho que então,
se eles valorizassem o ascetismo o controle do corpo e tudo mais,
eles não iam colocar outra pessoa pra pegar água,
lenha e fazer comida pra eles, né? Eles fariam isso eles mesmos. De qualquer forma,
como a gente já chegou à alternativa graças a Deus,
nem preciso saber o que é ascetismo. E letra E: alfabetização
dos indígenas nas Missões. Não, eles não estão justificando
que precisam alfabetizar os indígenas. Eles estão falando só que pra
conseguir catequizar os indígenas eles precisam de escravos pra ajudar. Então, resposta, letra C:
adoção do cativeiro na Colônia. Próxima questão do Enem 2019. Essa questão é mais difícil,
porque tem muita palavra difícil. Mas é uma questão importantíssima,
porque tem um trecho da Constituição. De 1824, tá, a Constituição.
Não é a nossa última, mais recente. “Artigo 90, as nomeações…”
Nomeação é você dar o cargo, tá? “As nomeações dos deputados
e senadores para a Assembleia Geral e dos membros
dos Conselhos Gerais das províncias serão feitas por eleições,
elegendo a massa dos cidadãos ativos em assembleias paroquiais,
os eleitores de província E estes, os representantes
da nação e província”. Esse texto, gente… Esse texto
tem literalmente 200 anos, né. É um texto difícil de entender. Então por isso que eu vou fazendo
a leitura aqui junto com vocês, tá? Até porque, né, gente… Ninguém
aqui é advogado pra entender lei. Sei que muitos de vocês às vezes estão
até estudando pra serem advogados. Então um dia vocês vão saber
ler isso melhor que eu. Ok, então o Artigo 90 tá falando: “As nomeações dos
deputados e senadores e dos membros dos Conselhos Gerais serão feitas por eleições,
elegendo a massa dos cidadãos ativos em assembleias,
os eleitores de província, e estes…” Então, os cidadãos ativos vão
eleger os eleitores de província. E os eleitores de província vão eleger
os representantes da nação. Então, é uma democracia indireta,
porque a massa dos cidadãos vai eleger o eleitor,
pro eleitor eleger outra pessoa. Então ele tá votando no representante pro representante escolher
outro representante. Confusão isso aqui! Artigo 92.
Ó, é aqui que tá o negócio importante. “São excluídos de votar nas
assembleias paroquiais”, não pode votar. “Os menores de vinte e cinco anos,
nos quais não compreendem os casados, os oficiais militares,
que forem maiores de vinte e um anos os bacharéis formados e os clérigos”. Então, todo mundo
que tem menos de 25 nos a não ser que seja militar,
que seja casado, que tenha graduação e que seja clérigo,
menor de 25 anos não pode votar! 2: “Os filhos de famílias,
que estiverem na companhia de seus pais salvo se servirem a ofícios públicos”. Ou seja, o filho
que ainda não saiu de casa. A não ser que seja funcionário público.
Chique. 3: “Os criados de servir, em
cuja classe não entram os guarda-livros e primeiros caixeiros
das casas de comércio os criados da Casa Imperial,
que não forem de galão branco e os administradores das fazendas”. Ou seja, criados não podem votar também. 4: “Os religiosos e quaisquer que
vivam em comunidade claustral”. Comunidade claustral, gente. Claustro
é um negócio que você tá, tipo, preso. Por isso que fala… É um espaço
pequeno, por isso que tem claustrofóbico Que é a pessoa que
tem medo de lugar apertado. Então, o pessoal
que tá vivendo em mosteiro que tá vivendo em
comunidade religiosa fechada. Então, os religiosos que estão aí
isolados, eles também não podem votar. 5: “Os que não tiverem…”
Ó, o mais importante! “Os que não tiverem
de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz,
indústria, comércio, ou emprego”. Ou seja, não pode votar quem não tiver
renda líquida de cem mil réis por ano! Quanto é 100 mil réis?
Deve ser muito dinheiro, tá? Nu! Gente, é muito dinheiro.
É quase meio milhão de reais. Claro que assim, gente, a conversão
não vai ser 100% correta, né. Porque isso já saiu
de circulação há muito tempo. Mas é quase meio milhão de reais,
é muito dinheiro. Ou seja, o que esse texto
aqui tá falando? Que não pode votar, não tem
direito político os menores de 25 anos os filhos de famílias que ainda
estão na companhia dos pais os criados,
os religiosos que estão isolados e as pessoas que não ganharem essa
quantidade grande de dinheiro por ano. Ou seja, não vota
quem tem menos de 25 anos os religiosos e quem não tem renda. O voto é restrito, pra você votar,
pra você ter direito político você tem que comprovar renda,
você tem que ter dinheiro. A curto modo, pobre não pode votar. Esse texto todo, complicadíssimo,
mas o espírito é esse, ok? O que provavelmente
vai cair na questão é isso. Ok, agora a questão em si: “De acordo com os artigos
do dispositivo legal apresentado…” Dispositivo legal = lei, tá?
“De acordo com os artigos da lei o sistema eleitoral instituído
no início do Império”… Porque essa Constituição é de 1824 assim que o Brasil se tornou
independente, é marcado por… O quê que marca essa legislação
que o Brasil teve? Letra A: representação popular
e sigilo individual. Representação popular, não. Por quê? As pessoas pobres
não têm direito de voto. Então nunca que isso
representa o povo num geral. Então não tem representação popular. E sigilo individual também não, porque
o voto na época não era secreto, tá? Até porque você tinha que comprovar
renda, você tinha que mostrar seus bens você tinha que botar o pau na mesa
pra conseguir votar, então não. Sigilo individual não. YouTube, não tira minha monetização,
pelo amor de Deus. Letra B, que é a resposta: voto indireto.
Que é o que aparece no Artigo 90, né. Que você não vota direto
nos representantes. Você vota num representante,
pra esse representante eleger. Então voto indireto e perfil censitário.
O que é… Importantíssimo, tá? O que é voto censitário?
Voto depende da renda. Pra você votar, você tem que ter
uma determinada renda. E esse é o caso. Hoje no Brasil,
pessoal, todo mundo pode votar. Se tem um real, se tem um milhão,
todo mundo vota. E o voto é o mesmo, né? O meu voto vale o mesmo voto
do que qualquer pessoa rica do Brasil. Mas nessa época, pra votar
você tinha que comprovar renda. Então, o voto era censitário. Ele dependia da renda
pra você ter direitos políticos. Então essa é a resposta, né.
Voto indireto e censitário. Letra C: liberdade pública
e abertura política. Liberdade pública, não tá
falando muito sobre isso no texto. Mas abertura política,
justamente o contrário! A político era muito fechada. Você tinha que ser muito rico
pra participar da política. Então não. Letra D: ética partidária
e supervisão estatal. Também não tá falando nada de ética
partidária né, de partido, essas coisas. E supervisão estatal,
também não está mencionando, né. Como que o Estado, como o governo
vai supervisionar a prática eleitoral. Então… também não tem nada a ver. E letra E: caráter liberal
e sistema parlamentar. Também não, né?
Não tá falando de parlamentarismo. E sobre liberalismo,
também não, pessoal. Próxima questão,
do Enem 2020, do último Enem sobre Grécia Antiga,
que eu falei pra vocês no último vídeo que sempre cai ou Grécia,
ou Roma, ou os dois. “Na Grécia, o conceito de povo
abrange tão somente aqueles indivíduos
considerados cidadãos”. Eu falei isso com vocês, gente. Eu falei tanto isso
com vocês ao longo do ano! Quando eu vi que essa questão caiu,
eu fiquei tão feliz. Ok. “Na Grécia, o conceito de povo
abrange tão somente aqueles indivíduos
considerados cidadãos”. Ou seja, só é parte do povo grego
quem é considerado cidadão grego. “Assim é possível perceber que
o conceito de povo era muito restritivo”. O quê que é restrito, algo restrito? Por exemplo,
o camarote de uma festa é algo restrito. Porque não é todo mundo
que pode entrar lá. A minha casa, uma propriedade particular
é algo restrito. Não é qualquer um que entra aqui. Então ser restrito é ser exclusivo,
é ser excludente é ser para poucos, tá,
não é pra todo mundo. “Assim é possível perceber que
o conceito de povo era muito restritivo. Mesmo tendo isso em conta,
a forma democrática vivenciada e experimentada pelos gregos
atenienses nos séculos IV e V a.C. pode ser caracterizada como direta”.
O que esse texto tá falando, pessoal? Que mesmo poucas pessoas sendo cidadãos,
eles tinham uma democracia direta porque todo mundo participava
ali da democracia. Até porque, já que eram poucos cidadãos,
dava pra todo mundo participar, né? Hoje, aqui no Brasil, não tem como a
gente ter uma democracia direta, por quê? Não tem como os
200 milhões de brasileiros irem lá pra Brasília toda vez
que estiver acontecendo alguma coisa. Por isso que a gente
elege representantes. Eu não vou lá pra Brasília,
mas o deputado que eu votei vai. Vocês estão entendendo? Ok. “Naquele contexto, a emergência…”
O quê que é “emergência”? Além de uma situação grave
que você chama o SAMU. Emergência é o surgimento, tá?
É quando tá emergindo, né. Por exemplo, se eu tô mergulhada e
eu saio da água, eu emergi da água. “Então o surgimento do sistema de
governo mencionado no excerto…” A democracia direta, né, promoveu a… Então, a democracia direta
promoveu o que na Grécia Antiga? Letra A: competição para a escolha
de representantes. Não necessariamente, né. Até porque na Grécia Antiga os representantes eram
escolhidos por sorteio. Então não tinha competição
tão diretamente, né. Letra B: campanha pela revitalização
das oligarquias. Importante também. O que é “oligarquia”?
Oligarquia é o governo de poucos É o governo onde
poucas pessoas têm o poder. Então aqui no Brasil, por exemplo,
a gente teve a República Oligárquica que foi quando São Paulo e Minas Gerais
ficavam se revezando no poder. Então por que chama “oligarquia”? Porque essas grandes famílias, sozinhas,
elas tinham quase que todo o poder. Oligarquia é diferente de democracia. Porque na democracia,
todo mundo participa. Na oligarquia,
poucos grupos poderosos têm o poder. Então, quando surgiu a democracia não tinha campanha
pra voltar com a oligarquia. Justamente porque agora
que tinha mais gente participando eles não vão querer voltar
pra esse sistema antigo onde poucas pessoas
têm poder sobre todos. Letra C: estabelecimento
de mandatos temporários. Isso, apesar de ter de fato acontecido,
não é o ponto da questão. Por quê? Mandato temporário,
a rotatividade do poder é uma característica principalmente
da República. E não exatamente da democracia grega,
então esse não é o foco. Letra D: declínio, ou seja,
queda da sociedade civil organizada. Muito pelo contrário, né?
A sociedade civil organizada uma sociedade organizada não
diminuiu por causa da democracia. Não tem nada a ver. E a Letra E, que é a resposta:
participação no exercício do poder. Gente, o que mais cai quando
cai democracia grega no Enem é exatamente isso, a democracia grega
permitiu a ampliação da cidadania que mais gente participasse do governo. Que mais gente participasse
das tomadas de decisão. Aumentou a quantidade de cidadãos,
de pessoas com direitos de pessoas com deveres,
de pessoas participando de tudo. Então a democracia, ela promoveu Ela incentivou a participação no
exercício do poder, essa é a resposta. E se vocês olharem pra esse aspecto,
essa é uma questão até mesmo fácil. Vocês estão vendo, pessoal,
que todas essas questões que eu estou fazendo aqui com vocês,
nenhuma delas precisa saber decoreba. No máximo, essa alternativa aqui,
da escolha de representantes que eu, por ter
feito faculdade de História, sei disso. Que na Grécia Antiga era por sorteio. Mas mesmo se não soubesse,
dava pra ver que essa alternativa E É a cara do Enem,
então vocês estão vendo, né, gente? As questões estão menos conteudistas
e estão mais de interpretação. Só que aí o problema
são as palavrinhas difíceis, né. Por isso que eu recomendo pra
vocês irem anotando essas palavrinhas Porque elas aparecem muito.
Direitos, deveres, cidadania, legislação constituição, emergência,
desenvolvimento, promulgar, incentivar… Todas essas palavras, elas aparecem
bastante nas questões de Humanas. Então vai ajudar muito,
se vocês estudar com as provas antigas anotando essas palavras do lado,
pra não esquecer do significado. E pra finalizar, que esse vídeo já
tá longo, última questão do Enem 2019 também sobre a Antiguidade,
sobre Grécia Antiga. “A soberania”…
Soberania, o que é soberania? Se eu, por exemplo,
sou a rainha, eu sou soberana. Se eu tenho um filho,
eu sou soberana sobre ele, né. É você ter um certo poder sobre algo. “A soberania dos cidadãos
dotados de plenos direitos”… Ou seja, dos cidadãos
que tinham direitos, né. “Era imprescindível”,
ou seja, necessária. “Para a existência da cidade-estado”. Ou seja, pra cidade-estado.
Por que cidade-estado, gente? Porque na Grécia Antiga,
a Grécia não era um país igual hoje é. Na Grécia Antiga, pessoal, cada cidade
era como se fosse um país separado. Então Atenas tinha seu próprio governo,
Tebas tinha seu próprio governo Esparta tinha seu próprio governo. Por isso que a gente chama
de cidades-estados porque é como se cada cidade
fosse um país separado, tá? Então essa primeira frase tá falando:
pra que as cidades-estados existam é necessário que os cidadãos
tenham soberania, né. Se os cidadãos não mandarem,
se os cidadãos não tiverem poder não teria como essas cidades
gregas existirem e funcionarem. “A soberania dos cidadãos dotados
de plenos direitos era imprescindível
para a existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos,
a proporção desses cidadãos em relação à população total
dos homens livres podia variar muito sendo bastante pequena nas aristocracias
e oligarquias e maior nas democracias”. Ou seja, pessoal, a proporção de cidadãos
em relação à população variava. Então, a gente vê
que em oligarquias e aristocracia tinha menos cidadãos
do que em democracia, tá? Ou seja, tem 100 pessoas
morando numa cidade. 10 são consideradas cidadãos plenos,
que têm direitos e tudo mais. Porque eu já mencionei,
pra você ser cidadão na Grécia Antiga você tinha que ser homem,
você tinha que ser livre filho de pai e mãe ateniense,
aquela coisa toda. Então, a proporção de cidadãos era maior
na democracia do que na oligarquia que é o governo de poucos
que eu já expliquei e aristocracia. O que é aristocracia? Literalmente, pessoal, aristocracia em
grego significa “governo dos melhores”. Era quando as grandes famílias
governavam sozinhas. Porque eles se achavam melhores, né.
Era quando os nobres governavam. Então, aristocracia
quando os nobres governam e oligarquia é quando
alguns grupos têm o poder. Então basicamente,
esse texto todo tá falando que pras cidades gregas existirem os cidadãos precisavam
ter poder e soberania. E a quantidade de cidadãos
era maior nas democracias do que quando era uma oligarquia
ou aristocracia. E agora a questão: “Nas cidades-estados
da Antiguidade Clássica a proporção de cidadãos
descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte critério
pra participação política”… Basicamente, a pergunta é: Por que tem mais cidadão na democracia
do que na oligarquia e na aristocracia? O que faz isso acontecer?
Por que na democracia eles estavam deixando
mais gente participar da política? Qual era o critério
que a democracia falava? “Você pode participar da política,
você não pode participar da política”. Essa, pessoal, é a única questão
que tem uma certa decoreba. Mas dá pra gente se virar, tá? Vou começar debaixo pra cima,
porque a resposta é a Letra A. Já vou dar esse spoiler. Letra E: exigência da alfabetização.
Não, por quê? Pra você ser cidadão na Grécia Antiga você não precisava ser alfabetizado,
isso aconteceu só no Brasil. Isso já caiu no Enem inclusive. No nosso país, no Brasil, só duas
constituições, só duas leis permitiam que as pessoas analfabetas votassem,
as pessoas que não sabem ler e escrever. A primeira e a última,
que é a nossa Constituição atual. Ou seja, durante toda a história
do nosso país, as pessoas que não tinham acesso à educação não podiam votar,
não tinham direitos políticos. E, pessoal, antes de existir
educação pública, né. E antes de existirem escolas,
universidades aqui no Brasil só as pessoas mais ricas
conseguiam pagar professores Ou enviar os seus filhos pra outros
lugares, pra ter acesso à educação. Então aqui no Brasil,
a questão que já caiu no Enem sobre isso
foca justamente nesse aspecto. Que nas nossas constituições,
proibiam o voto dos analfabetos justamente pra impedir que as pessoas
pobres tivessem direitos políticos. Mas isso, na Grécia, não acontecia.
Não falavam lá que pra você votar Você precisava ser alfabetizado,
então não. Exclusão dos militares. Não. Os militares, eles tinham
direitos políticos normalmente. Letra C: igualdade de gênero. Não, as
mulheres não tinham direitos políticos nem direitos civis e sociais na Grécia
Antiga, não tinha igualdade de gênero. Letra B: liberdade de culto. Também não, na Grécia era a religião
deles, o politeísmo deles e pronto. E letra A: controle da terra.
Por que, gente? O quê que fazia… Essa é a única questão de decoreba. Os nobres gregos, os aristocratas gregos eram justamente as pessoas
que tinham grandes terras. Então na aristocracia tinha menos
cidadãos, porque só quem tinha terra quem tinha propriedades
podia participar da política. Então, por isso que tem menos gente. E na democracia, podia participar
todo mundo, que mesmo sem ter terra fosse homem, maior de 21 anos,
filho de pai e mãe ateniense. Então, isso que fez
com que tivesse mais gente participando da política
na democracia do que nas aristocracias. Mas, pessoal,
mesmo tendo essa pequena decoreba de saber que os aristocratas
e os nobres gregos eram aqueles que tinham terra,
daria pra fazer por exclusão, né. Então eu acho que uma pessoa
que não tivesse estudado Grécia às vezes poderiam ficar em dúvida
só em relação à questão dos militares Que é algo bem específico, mas dá
pra você ir eliminando as alternativas. Gente, falei demais, né?
Esse vídeo ficou longo. Mas eu espero que
vocês tenham gostado. Se vocês quiserem,
deixem nos comentários. Se vocês querem que eu faça mais vídeos respondendo questões
e explicando essas coisas pra vocês. E eu espero que
vocês tenham aprendido um pouco mais. Igual eu mencionei, vai ajudar muito se vocês estudarem
com as provas do Enem antigas Sempre, pessoal, prestando atenção
nessas palavrinhas que aparecem muito. Que isso vai te ajudar muito
a resolver a prova de 2021. [suspira] Tô cansada,
então eu vou encerrar por aqui. Por favor, curta
e compartilha esse vídeo que isso me ajuda muito
a crescer aqui no YouTube. E eu vejo você na próxima aula.
Um beijo e até lá. ♪